
Uso sustentável de antiparasitários nos Pequenos Ruminantes
A exposição desnecessária de parasitas aos anti-helmínticos (antiparasitários) e a confiança excessiva no uso destes últimos favorecem a seleção de resistências aos anti-helmínticos atualmente utilizados no setor da pecuária, nomeadamente na produção de pequenos ruminantes.
É, pois, urgente adotar as medidas necessárias e definir estratégias para o uso sustentável e eficaz dos anti-helmínticos, tendo em vista o melhoramento da produção, da saúde e do bem-estar dos seus animais, com o menor custo possível.
ESCOLHA OS ANTI-HELMÍNTICOS APROPRIADOS Dado que sabemos que as resistências aos anti-helmínticos do grupo dos benzimidazóis estão claramente distribuídas mundialmente, tal como o aumento da incidência de resistências ao levamisol e às lactonas macrocíclicas, recorrer somente à abordagem clássica da rotação de anti-helmínticos torna-se dificilmente eficaz. Sempre que possível, deve-se usar os anti-helmínticos mais adequados e direcionados às espécies de parasitas-alvo em cada exploração. Para isso, é necessário identificar essas espécies através de análises coprológicas (métodos quantitativos e cultura de larvas). |
ADMINISTRE CORRETAMENTE O ANTI-HELMÍNTICO
A subdosagem, ou seja, a administração de uma dose de anti-helmíntico abaixo da dose recomendada, é claramente reconhecida como um fator que, além ser uma das causas de falta de eficácia de um anti-helmíntico, acelera todo o processo de seleção de resistências. Portanto, para que o animal receba a dosagem correta de anti-helmíntico, devemos seguir as seguintes recomendações:
– Correto armazenamento dos anti-helmínticos.
– Usar o anti-helmíntico dentro da validade.
– Administrar a dose recomendada baseada no peso correto dos animais ou, em alternativa, baseada no peso do animal aparentemente mais pesado ou, ainda, dividir os animais em pequenos grupos e dosear de acordo com os seus pesos.
– Administrar a dose apropriada do anti-helmíntico de acordo com as diferentes espécies (ovino ou caprino).
– Administrar a dose mais elevada recomendada do anti-helmíntico, na desparasitação do período de quarentena.
– Não misturar (na mesma pistola de administração) dois anti-helmínticos diferentes.
– Verificar regularmente a calibração do equipamento de administração oral.
– Usar a correta técnica de administração do anti-helmíntico (oral ou injetável).
OUTRAS ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A DEPENDÊNCIA DOS ANTI-HELMÍNTICOS Existem outras medidas complementares de controlo do parasitismo que diminuem a exposição aos parasitas e/ou melhoram a imunidade dos animais: – Avaliação do tipo de maneio e risco do pastoreio. – Rotação de pastagens (ocupação e descanso e diferentes espécies em pastoreio). – Avaliação da densidade do rebanho em relação às condições de maneio e pastoreio. – Imunonutrição (suplementação com fontes proteicas). – Uso de forragens com propriedades anti-helmínticas (ricos em polifenóis). – Controlo biológico (uso de fungos nematófagos). |