Boas práticas de maneio de pastoreio

O controlo da infeção parasitária gastrointestinal numa exploração de pequenos ruminantes deve ter em conta uma série de estratégias e medidas integradas e sustentáveis, e neste caso direcionadas para o maneio do pastoreio.
De uma forma geral, o grande desafio é manter níveis baixos de contaminação dos pastos com as larvas infetantes, e deste modo minimizar a exposição e a ingestão destas larvas pelos animais, especialmente os mais jovens. Mas ao mesmo tempo, manter uma adequada e eficaz população de parasitas sensíveis in refugia.
Para nos ajudar a tomar as medidas adequadas e aplicar essas estratégias, devemos ter em conta algumas considerações:

  • Dado que as larvas infetantes são muito resistentes, e podem estar no pasto durante bastante tempo mediante condições favoráveis de temperatura e humidade, o ideal é fazer um descanso de pastagem pelo menos 2 a 3 meses sem animais.
  • Os pastos altos minimizam a ingestão das larvas, pois estas gostam de humidade e não gostam de luz solar direta e temperaturas altas, não subindo acima dos 2 cm de altura no pasto.
  • As espécies de parasitas que infetam os pequenos ruminantes são maioritariamente diferentes das que infetam os bovinos e os equinos. O pastoreio simultâneo e/ou alternado dos pequenos ruminantes com bovinos, equinos e até asininos, contribui para a diminuição da contaminação dos pastos por ovos e larvas.
  • A carga parasitária depende do tamanho do efetivo. Quanto maior o número de animais num determinado pasto, mais ovos são excretados, e mais larvas ficam disponíveis para os animais ingerirem.
  • Um animal mais velho tem normalmente uma melhor imunidade para os parasitas gastrointestinais. O pastoreio com estes animais mais podem reduzir o nível de contaminação de pastos.
  • As forragens também podem ser, de alguma maneira, benéficas para o controlo parasitário, nomeadamente aquelas que têm maior concentração de taninos condensados.
    O registo de dados, a avaliação de risco sobre o pastoreio e os mapas de previsão de contaminação das zonas de pastoreio, podem ser úteis como medida complementar de controlo, e deste modo ajudar na tomada de decisões sobre o maneio do pastoreio.
    De modo a aperfeiçoar todo este processo, as explorações devem monitorizar a infeção parasitária, recorrendo às avaliações regulares de contagem de ovos fecais (COF) do seu efetivo.
    Os pequenos ruminantes podem estar grande parte do seu tempo de vida nas pastagens, por isso, o maneio do pastoreio deve ser valorizado, com vista a proteger os animais da ingestão de grandes quantidades de larvas, bem como preservar os parasitas in refugia.