Sanidade Animal – Brucelose dos Pequenos Ruminantes

A Brucelose dos Pequenos Ruminantes é uma doença contagiosa dos animais, causada por uma bactéria denominada Brucella melitensis, que se transmite naturalmente entre os animais, mas também dos animais ao homem, tratando-se assim de uma zoonose.

A transmissão entre animais ocorre principalmente através das mucosas da orofaringe, trato respiratório superior, conjuntiva e trato genital. A bactéria pode permanecer viável nas pastagens durante 6 meses ou mais, consoante a temperatura, humidade e presença de matéria orgânica. Durante esse tempo, os animais podem infetar-se quando se alimentam em pastagens infetadas.

O risco de as pessoas contraírem brucelose está associado ao consumo de produtos lácteos elaborados a partir de leite cru proveniente de animais infetados, nomeadamente leite cru ou queijo fresco feito com leite cru, que não tenha sofrido tratamento térmico, pasteurização ou fervura.

A doença no homem tem um período de incubação de 8 a 20 dias, apresentando uma grande variedade de sinais clínicos, como febre, cansaço, dor de cabeça e/ou nas articulações, dores musculares ou suores noturnos.

Assim, além de um problema de saúde animal, a brucelose constitui também uma séria preocupação de saúde pública, motivo pelo qual existem programas oficiais de erradicação da brucelose, através de medidas de prevenção e controlo da disseminação da doença.

Atualmente, estão em curso Planos de Vacinação na região de Trás-os-Montes e em algumas unidades epidemiológicas da Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região Centro e da Divisão de Alimentação e Veterinária de Setúbal. Na região do Algarve, as explorações a vacinar são definidas caso a caso.

A vacinação é efetuada em animais, entre os 3 e os 6 meses de idade, após colheita de sangue para serologia e identificação específica de animal vacinado. Os animais vacinados passam a ser incluídos no rastreio da exploração decorridos 18 meses após a vacinação.

Nas restantes regiões, os animais com mais de 6 meses de idade são rastreados, sendo as provas oficiais de diagnóstico a prova serológica de Rosa Bengala (como prova de rastreio) e a prova serológica de Fixação do Complemento (como prova de confirmação).

As explorações de pequenos ruminantes são classificadas, relativamente à brucelose, da seguinte forma:

  • B4 – Oficialmente indemne;
  • B3 – Indemne;
  • B4S – Oficialmente indemne suspensa;
  • B3S – Indemne suspensa;
  • B2 – Não indemne;
  • B2.1 – usada quando são detetados animais infectados, nos quais se identificou e isolou bactéria do género Brucella.