Parasitas gastrointestinais dos Pequenos Ruminantes

Existem várias espécies de nematodes parasitas, que podem estar presentes no trato gastrointestinal (abomaso, intestino delgado e intestino grosso) dos pequenos ruminantes. Os caprinos e ovinos são atingidos pelas mesmas espécies de nematodes parasitas.

A virulência destes nematodes, ou seja, o conjunto de efeitos nocivos que podem provocar nos pequenos ruminantes, vai depender da espécie e do número, bem como das características (idade, estado nutricional e condição corporal) do hospedeiro caprino ou ovino.

Os nematodes gastrointestinais mais frequentes dos pequenos ruminantes, os chamados tricostrongilídeos, apresentam três tipos de formas parasitárias (ovo, larva e adulto). Os parasitas adultos encontram-se no trato gastrointestinal do animal e podem medir entre 3 a 40 mm de comprimento.

Os parasitas adultos (fêmeas) produzem ovos que passam juntamente com as fezes para o exterior. No exterior, a larva eclode do ovo e, na maior parte dos parasitas, essa larva evolui para diferentes etapas (estádios). As larvas dos primeiros dois estádios (L1 e L2) são de vida livre. As larvas L3 são infetantes e migram das fezes para a vegetação, a partir da qual são depois ingeridas pelos pequenos ruminantes.

Estas larvas L3 vão evoluir, dentro do animal, para adultos (machos e fêmeas). As fêmeas, depois de fecundadas, produzem ovos que são excretados com as fezes, e todo o ciclo começa novamente. As fêmeas podem produzir entre 25 a 10.000 ovos por dia.

A maior parte dos animais saudáveis alberga de forma equilibrada parasitas em maior ou menor grau. No entanto, se esse equilíbrio não se verificar (o que pode acontecer em animais muito jovens e doentes e em animais muito parasitados), a infeção pode ter um impacto grave na saúde dos animais.

A perda rápida de condição corporal, o decréscimo das taxas de crescimento e as perdas de produção leiteira, bem como a diarreia e a desidratação, são sinais clínicos que se observam com frequência em animais com grandes cargas parasitárias, e resultam principalmente da perda de apetite, da utilização ineficaz dos nutrientes e da eventual perda de sangue.

Estes parasitas podem ser altamente prejudiciais para o bem-estar animal e causadores de grandes perdas na produção pecuária.